
Os seis pilares da Autoestima, de Nathaniel Branden
“A turbulência do nosso tempo exige identidades fortes com um claro senso de competência e valor pessoal”, Nathaniel Branden.
Nathaniel Branden dedicou seus estudos à Autoestima. Seu primeiro livro sobre o tema, Psicologia da Autoestima é de 1969 e o mais famoso deles, Os Seis Pilares da Autoestima, de 1994. Pela relevância da sua obra e pioneirismo em pesquisas sobre Autoestima, até hoje é tido como referência na área.
A vida não é sobre estar no topo, mas simplesmente aproveitar a alegria de sua existência. Aqueles com uma Autoestima saudável são tipicamente felizes sem a necessidade de comparar-se a outros, assim como na metáfora escolhida por Branden, ao observar sua cachorra brincando no quintal: “Ela não estava pensando que era mais feliz em estar viva do que o cachorro ao lado. Ela estava simplesmente encantada com sua própria existência”.
Apesar de equivocadamente ser confundido por algumas pessoas, um bom nível de Autoestima nada tem a ver com arrogância. Na verdade, arrogância é de fato o oposto da verdadeira Autoestima. Aqueles que têm uma Autoestima saudável sentem alegria em ser quem são, sem a necessidade de se comparar, como acontece com os indivíduos arrogantes.
Sobre uma definição de Autoestima, este princípio básico é resumido no primeiro capítulo: “Saber que se é digno de felicidade é a essência da Autoestima”.
A autoestima não é uma competição; não é uma medida de valor, mas a forma em como cada um se valoriza.
Os seis pilares da Autoestima são, segundo Branden, os aspectos mais importantes para a construção de uma Autoestima saudável. Os pilares não são conceitos, e sim práticas.
Esta é a síntese das ideias centrais do livro Os Seis Pilares da Autoestima:
I. A Prática de Viver Consciente.
Viver conscientemente significa procurar ter consciência de tudo o que afeta nossas ações, objetivos, valores e metas – com o melhor de nossa capacidade, qualquer que seja essa capacidade.
Não pode haver mudança nem desenvolvimento sem primeiro nos tornarmos consciente de nossos comportamentos, tendências e respostas usuais a certos eventos. Para Brandem a consciência é a ferramenta básica de sobrevivência
Quando começamos a nos conscientizar de nossos pensamentos e comportamentos, podemos avaliar nossas ações. É importante, porque a nossa resposta natural não é necessariamente a resposta mais benéfica.
Para manter a Autoestima saudável, você deve se concentrar na única coisa que pode controlar: o aqui e agora. Isso significa estar consciente do que está acontecendo no momento, estar consciente da direção que você está tomando e fazer os ajustes necessários para ter certeza de que é a direção que você quer seguir.
Consciência é sempre o primeiro passo, mas para melhorar a nós mesmos, precisamos corrigir nossos comportamentos, se necessário.
II. A prática da Autoaceitação
“Me aceitar é estar do meu lado.”
Este talvez seja o pilar mais desafiador. Todos nós temos aspectos e característica gostaríamos que gostaríamos de mudar. Pode ser aspectos do nosso caráter, erros do passado, mas na maioria das vezes eles são físicos em sua manifestação. Mas, independentemente do que possamos não gostar de nós mesmos, devemos aprender a aceitá-los. Trata-se de os reconhecer, sem entretanto permitir que nos possuam.
Aceitar que você pensa o que pensa, que deseja o que deseja e que você é quem você é, isto nos torna mais reais a nós mesmos, sem negação.
Aceitar é não julgar e não diz respeito a gostar ou não gostar. Também não significa que nos conformamos. Ainda podemos nos desenvolver.
A autoaceitação ainda é importante para criar um espaço seguro para nós mesmos. Se nos permitimos realmente ser quem somos, não procuramos mais a aprovação de outras pessoas. Neste momento, não há problema em ser exatamente quem somos.
Isso também inclui a aceitação de nossa resistência ao ato de aceitar fatos que não queremos aceitar. Apenas lembre-se: tudo está bem neste momento e pode ser alterado no futuro, uma vez que decidimos trabalhar nele.
Para Branden, A aceitação é a pré-condição da mudança.
III. A prática da Autorresponsabilidade
Podemos bancar a vítima o quanto quisermos, mas no final as nossas próprias ações são a única coisa sob nosso controle, e por isto, a chave para mudanças. No caminho de desenvolvimento da Autoestima devemos parar de nos comportar como vítimas.
Ser vítima significa não estar no controle e depender dos outros. Se nossa satisfação pessoal está nas mãos de outras pessoas, não temos chance de ganhar Autoestima.
Praticar autorresponsabilidade é se comprometer com a própria vida, a autorrealização e o bem estar. Devemos confiar em nós mesmos e em nosso próprio poder e habilidades. Ninguém pode nos impedir de viver uma vida plena.
Somos responsáveis apenas pelo que podemos controlar. E devemos também nos concentrar apenas nesses aspectos. Caso contrário, corremos o risco de perder tempo e energia em coisas que não conseguimos controlar e ninguém mais é capaz de mudar a sua vida. Você deve se responsabilizar por isto.
IV. A prática da Autoafirmação
“Autoafirmação significa honrar meus desejos, necessidades e valores e buscar formas apropriadas de me expressar …Praticar auto-afirmação é viver autenticamente, falar e agir a partir das minhas convicções e sentimentos mais íntimos.”
Apesar do desacordo, as pessoas tendem a responder mais àqueles que confiam em suas opiniões e crenças. Mantendo nossas palavras e ações, mostramos uma pessoa que é autoconfiante e confiante em quem são, algo pelo qual muitas pessoas anseiam secretamente.
Primeiro nos tornamos conscientes de nossos comportamentos, pensamentos e emoções, depois aprendemos a aceitar quem somos e passamos a assumir responsabilidade por viver uma vida plena.
Agora, trata-se de honrar nossa necessidade e expressar nossos valores. Hoje em dia as pessoas costumam chamar isso de “ser autêntico”. É natural que tentemos modificar nosso comportamento de uma forma que nos torne mais atraentes para os que nos rodeiam, mas isso não deve acontecer à custa de sermos verdadeiros com relação a nós mesmos.
Não se trata apenas de sermos honestos para nós mesmos sobre o que queremos e precisamos, mas também sobre comunicá-los ao interagir com outras pessoas.
Para muitas das pessoas que tem baixa Autoestima, é mais fácil se sacrificar do que praticar a autoafirmação e defender as próprias necessidades.
V. A prática da Intencionalidade
“Viver com propósito é, entre outras coisas, viver produtivamente, o que é uma necessidade de nos tornarmos competentes na vida.”
Este é o pilar que pode dar motivação para provocar as mudanças que você está buscando.
Depois que você assume a responsabilidade da sua vida, é hora de olhar para a sua vida e definir objetivos, de forma especifica e realista. Significa saber priorizar, falar não para o que te afasta dos seus objetivos. É prestar atenção aos resultados alcançados e corrigir rotas sempre que necessário.
Viver com Propósito significa não apenas ter objetivos na vida, mas viver de uma maneira que o leve a completá-los. Se tivermos muito medo do fracasso, nos falta tanto a auto-eficácia como o respeito próprio, não permitindo a nós mesmos tentar alcançar todo o nosso potencial.
A importância de ter uma meta na vida não pode ser enfatizada o suficiente. Ter um objetivo dará uma direção à nossa vida. Não vamos perder nosso tempo sendo improdutivos, isto por si só levará a um aumento da auto-estima.
A autodisciplina é muito importante. Temos que monitorar constantemente nossos comportamentos e ver se eles estão alinhados com nosso objetivo. Ter um objetivo e trabalhar por ele é uma ótima forma de provar trabalhar a autoconfiança. Nós não temos que provar nada para ninguém, só temos que provar algo para nós mesmos.
VI. A prática de viver com Integridade Pessoal
“Integridade é a integração de ideais, convicções, padrões, crenças e comportamentos. Quando nosso comportamento é congruente e as práticas são compatíveis, temos integridade”.
Quando nos comportamos de maneiras que entram em conflito com nosso julgamento do que é apropriado, Nós nos respeitamos menos. Se a falta de integridade pessoal se tornar um hábito, deixamos de confiar em nós mesmos.
Quando nosso comportamento está constantemente alinhado com nossos valores, ganhamos mais autoestima, pois podemos confiar em nós mesmos para cuidar de nossas necessidades e desejos. Mais uma vez, isso pode levar a situações em que teremos que enfrentar a aversão de outras pessoas e podemos não nos “encaixar”. Mas estas são também as situações de crescimento
Todos nós temos momentos em nossa vidas em que poderíamos nos rotular como hipócritas. Independentemente de as pessoas saberem que estamos agindo de forma incongruente com nossas crenças, existe essa sensação de que não estamos sendo quem somos.
Assim como devemos nos expressar sobre quem somos e as nossas crenças, devemos também trabalhar diligentemente para nos mantermos congruentes com quem queremos ser.
Essencialmente, para Nathaniel Branden a Autoestima é muito mais uma espécie de músculo que pode ser desenvolvida, do que uma qualidade intrínseca, e dada a importância da Autoestima em todas as áreas da vida, devemos trabalhar para mantê-la.
Para finalizar, o autor nos dá uma última dica: para crescer, temos que procurar desconforto. Não é suficiente enfrentar o desconforto quando ele aparece, mas devemos buscá-lo ativamente. A recompensa será a auto-estima.
Assim como manter o corpo físico saudável exige dedicação e muitas vezes algum desconforto, acontece o mesmo com o desenvolvimento emocional. “A Autoestima exige disposição para suportar o desconforto quando isso é o que o crescimento implica”, Branden.
O primeiro passo para construir a Autoestima é ter a vontade de abraçar a mudança; desafiar-se a crescer além de seu conforto atual. É uma escolha em primeiro lugar.

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Obrigado estou trabalhando minha auto estima
Nao acho pra comprar @academiadeautoestima tem me ajudado muitooooooooooooooooooo. Gratidao seu livro também -e mara